O discurso sobre desenvolvimento sustentável inscreve as políticas ambientais nos ajustes da economia neoliberal para solucionar os processos de degradação ambiental e o uso racional dos recursos ambientais, respondendo a necessidade de legitimar a economia de mercado que resiste à “explosão”, à qual está predestinada por sua própria falência mecanicista (LEFF, 2001). Mas a sustentabilidade não pode ser efetivada quando os estragos já foram feitos ao ambiente, bem como a perda do capital natural, porém pode frear uma destruição mais acelerada dos recursos naturais (BINSWANGER, 2002).
Com o surgimento de tecnologias que permitem reduzir os impactos ou transformar resíduos sólidos, surgem empresas que transformam objetos sólidos usados em novos produtos para o consumo. As recicladoras trabalham conjuntamente com pequenas e microempresas, cooperativas e associações de coletores e catadores de resíduos sólidos, que aumentam seus serviços principalmente com a crescente demanda no mercado de produtos recicláveis.
No Brasil há pouco incentivo para a reciclagem de papel pelo fato de o País ser um grande produtor de celulose virgem, no entanto, 75% do total de papéis circulantes no mercado são recicláveis. A maior parte do papel destinado à reciclagem, cerca de 86%, é gerado por atividades comerciais e industriais.
Reciclar papelão é essencial para o desenvolvimento sustentável, racionalizar o uso de papel é contingente, pois, ocasiona na redução do consumo de água, redução no consumo de energia, evita desperdícios e contribui para a preservação do meio ambiente. É notável a urgência de ações que aumentem o desenvolvimento sustentável, já que no século XXI ocorreu o recorde da utilização de papel e seus derivados.
De acordo com a WWF Brasil (2008), os benefícios da reciclagem de papel são: a cada 28 toneladas de papel reciclado evita-se o corte de 1 hectare de floresta (1 tonelada evita o corte de 30 ou mais árvores), a produção de uma tonelada de papel novo consome de 50 a 60 eucaliptos, 100 mil litros de água e 5 mil KW/h de energia. Já uma tonelada de papel reciclado consome 1.200 Kg de papel velho, 2 mililitros de água e 1.000 a 2.500 KW/h de energia, a produção de papel reciclado dispensa processos químicos e evita a poluição ambiental: reduz em 74% os poluentes liberados no ar e em 35% os despejados na água, além de poupar árvores, a reciclagem de uma tonelada de jornais evita a emissão de 2,5 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, o papel jornal produzido a partir das aparas requer 25% a 60% menos energia elétrica do que a necessária para obter papel da polpa da madeira.